NFN#32: MISSÃO: IGNORAR TOTALMENTE A SDCC




1234. Greg Burgas, no CBR, analisou a primeira página de Fantastic Four 1234 #3, de Grant Morrison e Jae Lee, essa belezinha que vocês podem ver ali em cima.


ANO UM, SÓ QUE NÃO. Julian Darius, para o Sequart, resenhou o roteiro de Frank Miller para o filme de Batman: Ano Um, que seria dirigido por Darren Aronofsky mas que não aconteceu. É... bizarro:

[...] o Bruce adulto é apresentado como um morador do East End de Gotahm, o gueto da cidade onde a Mulher-Gato apareceu em Ano Um, e não na Mansão Wayne. [...] Bruce vive com um homem negro, de meia idade e muito grande, chamado Little Al -- a surpreendente versão de Alfred do roteiro. Little Al, prontamente descobrimos, prometeu ao seu pai (Big Al), que aparentemente encontrou e adotou o Bruce quando esse era uma criança, que ele iria criar Bruce como um filho. Mais adiante no roteiro, Little Al insinua que serviu no Vietnã como médico, dando a ele as habilidades necessárias para curar Batman quando esse retorna a casa ferido.

Bruce Wayne é uma espécie de self-made-psicopata anarquista, enquanto que a Mulher-Gato é uma variação das prostitutas de Sin City -- o roteiro, portanto, está em sintonia com a "persona Frank Miller" da década de 1990 [até a sua virada pós-11 de setembro]:

Ainda que Miller seja famoso por ter feito Batman um personagem mais violento, especialmente em O Cavaleiro das Trevas, o Bruce Wayne de Ano Um nunca foi tão psicótico. A violência Bruce no roteiro de Miller vai além de O Cavaleiro das Trevas, no entanto.

Enquanto Miller abandona o passado de Wayne em favor de violência e realismo, retratando Waye como um alguém da classe baixa, inclusive como alguém sem nada. Em parte, o roteiro pode ser lido como um guia para como se tornar um vigilante -- completado com uma referência a The Anarchist's Cookbook. Parece quase implorar que os espectadores tomem as ruas por eles mesmos, entregando a eles um mapa para fazê-lo.

O roteiro mantém a origem de Mulher-Gato como uma prostituta -- se muda alguma coisa, é para aumentar o conteúdo sexual, incluindo alguns diálogos grosseiros em cenas com o cafetão dela e a posse de ferramentas sadomasoquistas que lembram mais Sin City do que Ano Um. Ela encontra posteriormente o Batman [...]: quando ele não percebe um disparo que atingiu o seu ombro, o roteiro ressalta que ela fica "um pouco excitada". Ela logo explica que nunca que nunca tinha encontrado outro homem de verdade.


ZUMBIS, MORTOS-VIVOS, SERES DO INFERNO QUE QUEREM LEVAR SUA ALMA #2. Oliver Sala resenhou The Walking Dead #100, de Robert Kirkman e Charlie Adlard, para o AV Club. Graeme McMillan noticiou, no Newsarama, que a edição vendeu exatas 383.612 cópias -- tornando-se o gibi mais vendido dos últimos 15 anos com a ajuda de umas cinco mil capas diferentes.


DEPRESSÃO. Também no AV Club, Oliver Sala e Noel Murray discutiram Jimmy Corrigan: O Menino mais Espero do Mundo, de Chris Ware, uma das melhores hqs dos últimos vinte anos e a forma mais fácil de conseguir uma depressão clínica.


MESTRE-TARADO. No Entre Comics, a introdução que Robert Crumb escreveu para a sua coletânea de sketchbooks, publicada pela Taschen [pela bagatela de 750,00 ].

[...] Eu tinha a esperança que desenhar quadrinhos servisse para atrair a atenção das mulheres, mas não funcionava assim. As mulheres não se sentem atraídas por pessoas que desenham quadrinhos. Basicamente, era a última coisa do mundo a ter glamour. E revelar ao mundo as suas fantasias sexuais? As mulheres tinham imediatamente uma reação negativa ao tema. [...] Simplesmente pensei que eu estava louco, um pouco pirado. Talvez eu fosse um pouco exibicionista. Como aqueles caras que andam por aí abrindo o sobretudo. Mostrei a uma garota hippie o Snatch Comics quando ele foi publicado, lá por 1969. Sem dizer uma palavra, me devolveu a revista com muito cuidado, como se fosse um cagalhão ou algo assim.
"As mulheres tinham imediatamente uma reação negativa
ao tema". Eu me pergunto qual seria o motivo.


MESTRE-MANGÁ. Ryan Holmberg, no The Comics Journal, escreveu um artigão sobre as influências de Osamu Tezuka, mestre dos mangás.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse Crumb é mesmo um pirado...