CLÁSSICO DOS 90. Julian Darius resenhou, no Sequart, a principal hq de Mark Waid: Kingdom Come. Ou não:
Quem exatamente escreveu a história, no entanto, é motivo de alguma
controvérsia. Mark Waid foi creditado como escritor, ainda que Alex Ross tenha
feito o design dos personagens e proposto a história em um projeto de 40
páginas. Pelo que Ross diz, a sua história original estava mais focada no
Super-Homem e no Batman, enquanto que Waid expandiu a história para dar a
outros personagens o mesmo espaço. A sua colaboração, pelo que se diz, não foi
pacífica, e diante do espetacular sucesso da série Ross publicamente repreendeu
Waid por esse ter se dado muito crédito pela história.
INDIE! Spring Warren entrevistou Daniel Clowes para a revista Boom.
FINGER #2. Matt Blum, da Wired, resenhou Bill the Boy
Wonder: The Secret Co-Creator of Batman de Marc Tyler Nobleman.
[...] após o enorme sucesso de Super-Homem, a DC Comics contratou [Bob] Kane para criar um novo super-herói para
eles. Kane encontrou [Bill] Finger,
que estava tentando ganhar a vida como um escritor e artista, em uma festa, e
pediu que o ajudasse. Ainda que seja difícil ter certeza total sobre de quem
foi a idéia de criar o Batman em primeiro lugar, [Marc Tyler] Nobleman afirma que foi Finger o responsável
por quase todos os detalhes significativos do personagem, inclusive o seu
uniforme e os nomes “Bruce Wayne” e “Gotham City.” Foi idéia de Finger que
Batman não tivesse super poderes, e foi ele quem criou a história de que o assassinato
dos pais seria o motivo para que uma pessoa normal colocar uma roupa de morcego
para combater criminosos. E a colaboração entre Kane e Finger não acabou com a
criação de Batman: de fato, Finger depois seria responsável pela criação de
Robin e ao menos parte da criação do Coringa, entre outros personagens icônicos
do gibi do Batman.
HUMOR NEGRO. Gerardo Vilches resenhou The Perry Bible Fellowship, de Nicholas Gurewitch, tirinha que você
talvez conheça pelo seu humor negríssimo [ou pelo site], no Entrecomics.
[...] Nicholas Gurewitch [produz] tirinhas
incríveis, com um domínio quase total de seus mecanismos básicos. Com uma
dificuldade extra: as tiras que formam The Perry Bible Fellowship não são uma série. Quando lemos qualquer
tirinha de Peanuts, sabemos quem são
Charlie Brown, Linus ou Lucy [...]. A
essa rede de segurança, Gurewitch renuncia conscientemente: cada pequena
história sua é independente e está protagonizada por personagens diferentes
[...]. Por isso não pode se limitar a
contar uma piada, mas em cada tira tem que desenvolver os pontos principais que
sustentam a graça, e sem o qual não poderia funcionar porque o leitor não
compartiria o código.
Mas, como ele faz isso? Principalmente fazendo uso de ícones
reconhecíveis pelo leitor e elementos de gêneros tradicionais: terror,
fantasia, ficção científica, super-heróis... Assim constrói um contexto. Mas há
mais, claro, porque precisamente o mérito de Gurewitch está na perversão, na
sutil reviravolta, nos ataques de puro surrealismo.
Só bons sentimentos. |
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